segunda-feira, 19 de julho de 2010

Brinquedos educativos – como escolher?

Os brinquedos que algumas crianças têm em excesso e outras mal conhecem – são importantíssimos para a educação e desenvolvimento dos pequeninos.

Mas, se os brinquedos forem utilizados para ajudar na construção de personalidade e desenvolvimento de determinadas capacidades, então estamos falando de brinquedos educativos.

Os brinquedos educativos apresentam características mais simples que os brinquedos eletrônicos de última geração, isso ajuda a estimular a criatividade e o raciocínio da criançada através de constantes desafios. Além disso, os brinquedos educativos podem ser levados à maioria dos lugares que os pequeninos freqüentam, assim, eles podem brincar e aprender a qualquer hora.

Formas, cores, letras, números e outros conceitos pré-escolares fazem parte dos brinquedos educativos. As deduções lógicas, sentido de organização e curiosidade também são instigados.

Alguns jogos, ainda, implicam noções de estratégia e um final em que há vencedores e vencidos, o que vai ensinando a criança a ganhar, perder e respeitar.
Os fantoches, por exemplo, com formas e personagens variados apresentam às crianças o tema das diferenças – isto permite que elas se exprimam, criem ou reinventem narrativas, desenvolvendo assim sua linguagem.

Existem diversos tipos de brinquedos educativos, como cubos, jogos de estratégia, marionetes, legos, casinhas com materiais básicos, livros para pintar e etc.
Porém, cada brinquedo é indicado de acordo com a idade e etapa do crescimento de cada criança. Acompanhe:

0 a 9 meses – chocalhos, móbiles, argolas para morder e puxar, brinquedos de borracha e caixinhas de música.
9 a 12 meses- brinquedos para montar, bolas pequenas, blocos de madeira ou plásticos para encaixar e empilhar.
1 ano – martelinhos, bolas, cubos, jogos de encaixe, brinquedos para puxar e empurrar, bonecos de pano ou pelúcia, cavalinhos de balanço, livros de ilustrações – estes brinquedos promovem a coordenação motora da criança.
2 anos – nesta fase, a criança já é capaz de identificar as cores, portanto é recomendado brinquedo com cores primárias, lápis de cera, bonecas e etc.
3 a 5 anos – agora, os pequenos já querem testar sua força física e imitam os adultos. É recomendado o uso de brinquedos que estimulem a memória e raciocínio, como: quebra-cabeças, carrinhos pequenos, kits de médico, livros ilustrados e de fábulas, massinhas para modelar, instrumentos musicais, letras e números.
5 a 7 anos – Nesta fase, recomenda-se brinquedos pedagógicos que promovam raciocínio, como os dominós, jogos (de perguntas, construção e estratégia), quebra-cabeças, caixinhas de ferramentas, equipamentos para casinhas de bonecas e etc.
7 a 9 anos – jogo de damas, cartas, patins, bicicleta, livros de histórias, cabanas desmontáveis entre outros.
9 a 12 anos – Nesta idade, as crianças começam a despertar interesse para a tecnologia e esportes. Recomenda-se: ping pong, comboios elétricos, livros de aventura, CD’s, DVD’s, skate e materiais colecionáveis.


Como escolher brinquedos para bebês?

Bebê e Primeira Infância, nesta fase cada objeto, som e movimento é estudado cuidadosamente pelos pequeninos com a maior curiosidade. As descobertas, por mais simples que pareçam aos adultos, trazem um enorme aprendizado.

Eles descobrem o mundo brincando, experimentando e interagindo. Mais do que simplesmente divertir, brincar é uma ótima oportunidade para estimular os pequenos. Assim, cada idade tem seus jogos, brinquedos e brincadeiras.

A coordenação motora, a noção espacial, a maturidade emocional e o grau de independência, dependerá muito do que você oferece, seja em materiais - brinquedos e objetos, ou em exemplos e estímulos de imaginação – como brincadeiras de Faz-de-conta e etc.

Brincar só faz bem. Quanto mais e mais variadas as atividades, melhor.

Confira algumas dicas:

Bebês de 0 a 6 meses – Nos primeiros meses, brinquedos coloridos e que produzem sons, como móbiles e caixinhas de música, despertam muito a atenção dos pequeninos. Brinquedos leves, macios e que possam ser levados à boca, como chocalhos e mordedores de borracha, são os preferidos.

Bebês de 6 a 12 meses – A partir dos seis meses, cubos coloridos, objetos do cotidiano como telefones, brinquedos de montar e blocos de empilhar também são divertidos. Fique atento a peças pequenas, partes soltas e pontas afiadas para evitar acidentes – bebês adoram provar o gosto de tudo. Já para crianças com cerca de um ano, o grande desafio é aprender a andar. Por isso, incentive brincadeiras sensoriais e que estimulem a coordenação motora. Passeios de carrinho, como ir ao parque e ver novas paisagens são estimulantes e proporcionam imenso prazer aos bebês, pois mexem com os todos os sentidos.

Não basta apenas escolher o brinquedo certo para o seu filho, é necessário também participar ativamente das brincadeiras junto a ele. Pais e filhos que brincam juntos fortalecem laços de confiança, respeito e amizade.

Qual o tipo de brinquedo para cada fase da criança?


Atividades Lúdicas no Desenvolvimento da Criança

"PIAGET elaborou uma classificação baseada na evolução das estruturas mentais. Existem três formas básicas de atividade lúdica que caracterizam a evolução do jogo na criança de acordo com a fase do desenvolvimento em que aparecem:

- Jogos de Exercício Sensorimotor - Caracterizam a etapa que vai do nascimento até o aparecimento da linguagem, apesar de reaparecerem durante toda a infância. O jogo surge primeiro, sob a forma de exercícios simples cuja finalidade é o próprio prazer do funcionamento. Esses exercícios caracterizam-se pela repetição de gestos e de movimentos simples e têm valor exploratório. Dentro desta categoria podemos destacar os seguintes jogos: sonoro, visual, tátil, olfativo, gustativo, motor e de manipulação.
Ex: Instrumentos musicais de brinquedo ( xilofone, pianinho, reco-reco...); paineis de movimento e coordenação ( cominho do rato, passa forma animado, dominó de percepção visual...); Caixa tátil, memória tátil...; aramados, brinquedos de encaixe, monta e desmonta...; cubos, bolinhas, etc...

- Jogo Simbólico - Entre os dois e os seis anos a tendência lúdica predominante se manifesta
sob a forma de jogo simbólico. Nesta categoria o jogo pode ser de ficção ou de imitação, tanta no que diz respeito à transformação de objetos quanto ao desempenho de papéis. A função do jogo simbólico consiste em assimilar a realidade. É através do faz-de-conta que a criança realiza sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. O jogo simbólico é também um meio de auto-expressão: ao reproduzir os diferentes papéis (de pai, mãe, professor, aluno etc.), a criança imita situações da vida real. Nele, aquele que brinca dá novos significados aos objetos, às pessoas, às ações, aos fatos etc., inspirando-se em semelhanças mais ou menos fiéis às representadas. Dentro dessa categoria destacam-se os jogos de faz-de-conta, de papéis e de representação (estas denominações variam de um autor para outro).
Ex: Casa na árvore, casinha de bonecas, caixa de ferramentas, fazendinha, fantoches, bonecas de estória, família em bonecos, livros interativos, etc...

- Jogos de Regras - Começam a se manifestar entre os quatro e sete anos e se desenvolvem entre os sete e os doze anos. Aos sete anos a criança deixa o jogo egocêntrico, substituindo-o por uma atividade mais socializada onde as regras têm uma aplicação efetiva e na qual as relações de cooperação entre os jogadores são fundamentais. No adulto, o jogo de regras subsiste e se desenvolve durante toda a vida por ser a atividade lúdica do ser socializado."
Ex:Brinquedos para recreação em grupo (equilibrista, pega varetas, pega-pega, esconde-esconde...), jogos de cartas, tabuleiro etc...

"No jogo motor e individual (desde o nascimento até os três anos), a criança brinca sozinha, fazendo várias coisas com os objetos: pega, mexe, levanta, junta, sacode, esconde, acha objetos. etc. No jogo egocêntrico (entre dois e seis anos), a criança imita e também brinca sozinha ou paralelamente com outras crianças, mas sem a intenção de ganhar: o outro não importa. Aos cinco, seis anos mais ou menos, a criança começa a adquirir a capacidade de descentrar e se ver em relação a outras crianças. Quando isto acontece, ela começa a comparar resultados e a coordenar as intenções do outro."

"É importante compreender que a criança pré-escolar (dois a seis anos) tem um pensamento diferente quando está frente a uma brincadeira de grupo que implica competição. Por exemplo, sua atitude frente a uma corrida é a de que cada um pode ganhar; quando brinca de esconde-esconde a criança, muitas vezes, "mostra" onde está escondida; em "Corre-Cotia" o pegador pode correr em volta da roda sem realmente fazer esforços para pegar o colega."

"O poder do adulto deve ser reduzido para motivar a cooperação entre as crianças, permitindo que elas tomem decisões por si mesmas, desenvolvendo, assim, a sua autonomia intelectual e social."

"Se tivermos bem claros os objetivos para a educação pré-escolar e o jogo escolhido promover esses objetivos, a escolha tornar-se-á simples:
• desenvolver a autonomia através de relações seguras nas quais o "poder" do adulto seja reduzido o máximo possível;
• desenvolver habilidades de autonomia e coordenação de diferentes pontos de vista;
• despertar nas crianças a curiosidade, a atenção, o senso crítico, assim como a confiança."

Publicação: Série Idéias n. 7. São Paulo: FDE, 1995
Páginas: 54 a 61

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Brincar é coisa séria!


A importância de brincar.

Brincar é tão importante para a criança como trabalhar é para o adulto. É o que a torna ativa, criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária.

A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.

Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc…

Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.


Etapas

O brincar também tem suas etapas de desenvolvimento. A criança começa a brincar sozinha, manipulando objetos. Posteriormente, procurará companheiros para as brincadeiras paralelas (cada um com seu brinquedo). A partir daí, desenvolverá o conceito de grupo e descobrirá os prazeres e frustrações de brincar com os outros, crescendo emocionalmente.

Brincar em grupo evita que a criança se desestimule, mesmo quando ainda não sabe brincar junto. Ela aprende a esperar sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e cumprindo normas. Com os grupos ela aprende que, se não encontrarmos uma forma eficiente de cooperar uns com os outros, seremos todos prejudicados. A vitória depende de todos. Aprende-se a ganhar e a perder.

A atividade lúdica produz entusiasmo. A criança fica alegre, vence obstáculos, desafia seus limites, despende energia, desenvolve a coordenação motora e o raciocínio lógico, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seus conhecimentos.

Escolhendo os brinquedos


Veja algumas indicações que podem ajudar a escolher os brinquedos:

Interesse
É o brinquedo que convida a brincar, que desafia seu pensamento.

Adequação:
Deve atender a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais.

Apelo à imaginação:
Deve estimular a criatividade e não limitá-la.
Versatilidade:
O brinquedo pode ser usado de diferentes formas, explorando a inventividade.

Composição:
As crianças gostam de saber como o brinquedo é por dentro.

Cores e formas:
O colorido, texturas e formas diferentes a estimulam sensorialmente.

Tamanho:
Deve ser compatível com sua motricidade (quanto menor a criança, maiores serão as peças do brinquedo).

Durabilidade:
Brinquedos muito frágeis causam frustração não somente por que se quebram, mas também porque não dão à criança tempo suficiente para estabelecer uma relação com eles.

Segurança:
Este é um dos mais importantes itens na escolha de um brinquedo. Deve ser feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas nem peças que possam se soltar.

Quanto à brincadeira

Dê tempo para que a criança possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda.
Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo que precisar.
Encoraje suas manifestações espontâneas, permita que ela tome a iniciativa.
Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas.
Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança.
Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além de seu entendimento.

E lembre-se: quando apresentar um brinquedo a seu filho, demonstre interesse. Uma caixa vazia, dependendo de como lhe for apresentada, poderá virar uma casa, um barco, um carro, uma torre, uma cama de bonecas, um fogão... ou, simplesmente, uma caixa vazia.